sexta-feira, 11 de junho de 2021

 AMETISTA 


Ametista era a Ninfa 

Que buscando a salvação,

Pra livrar-se do assédio,

Ganhou essa coloração.

Mergulhada no vinho,

Sem ter outro caminho,

Baco fez a imersão.

Daí surgia o cristalino,

Lilás intenso, purpurino,

De equilíbrio e proteção.






quinta-feira, 10 de junho de 2021

Fotógrafo J Santos, resgata “tartarugas pescoço de cobra” das mãos de catadores.  



Jamais pensei que uma visita à minha cidade natal, Salvador/Bahia, fosse me deixar ainda mais conectado às minhas atividades interioranas, do que essa feita junto com alguns amigos nesse último mês de maio.

Tenho aprendido cada vez mais que o nosso ecossistema, embora precise de nossa sensibilidade, não dependa da gente para existir e certamente continuará a sua existência, independente de nossa presença.

Entretanto há uma dívida humana a compensar que nós temos, em relação aos outros entes do reino animal e é nossa responsabilidade, criar alternativas essa, que possibilitem isso, ainda mais depois de visitar uma área urbana com esgotos e todo tipo condições adversas e retirar esse pequeno e quase indefeso animal da espécie Phrynops gibbus, das mãos de um catador de materiais recicláveis, num bairro próximo à uma antiga pedreira.

Na verdade esse engraçado  termo, "tartaruga do pescoço de cobra" é só um apelido, pois esse cágado na verdade é um tipo de quelônio, filha de uma extensa família dos Chelidae, com cerca de 25 espécies, distribuídas em nove gêneros por várias regiões do país.

De certo, o meu olhar ficou mais atento, depois dos episódios com o Cágado-de-Barbicha de Serra do Ramalho, em 2017, que eu tinha já salvo das mãos dos pescadores, despertando outra vez em mim, a mesma tendência, por ter mais uma vez, um comportamento parecido com aquele de antes, só esse agora, no meio de uma metrópole e envolto numa série de situações, que talvez outra pessoa não fizesse o mesmo.

Resumo da ópera: consegui uma casinha, dessas de "Pet Shops" que transportam cães e gatos e improvisei ali, um cativeiro, propício para acondicionar o meu novo e inesperado hóspede, junto com água repolho e alface, comprado em um verdurão que havia próximo.

Com certeza não tive dúvidas que aquela "coisinha" ia comigo, viajar cerca de 600 km até a sua nova morada em Serra do Ramalho, onde o outro quelônio da mesma espécie, ganhou tratamento VIP e escapou da morte, nesse que já considero um local de preservação dessas espécies.


Por J Santos.


Antiga pedreira no Alto do Arraial/Cabula.
Antiga pedreira no Alto do Arraial/Cabula.